quarta-feira, 7 de julho de 2010

Lindsay Lohan vai para a cadeia

Não gosto muito de comentar os escândalos habituais de Hollywood, mas vou fazer uma exceção com Lindsay Lohan sendo condenada a passar 90 dias na prisão, como resultado de ter desobedecido os termos de sua condicional.

Em primeiro lugar porque já fui fã da menina, que me pareceu a mais talentosa de sua geração, principalmente quando acertou em comédias juvenis (Sexta Feira Muito Louca, Meninas Malvadas). Não se esqueçam que ela é outra das atrizes infantis que se perderam quando adultos, no uso de drogas e a vida na balada.


Em 98, acertou num filme da Disney, onde fazia gêmeas, Operação Cupido, refilmagem de sucesso de Hayley Mills. Tinha 12 anos, nasceu em 86. Mas não tinha qualquer estrutura para enfrentar o sucesso, vindo do habitual lar desfeito, pais que a exploravam desde pequena e não demorou muito, tornou-se insuportável e indisciplinada no set. Tudo seria perdoado caso o trabalho mantivesse o mesmo nível e os filmes fizessem sucesso.

Mas não isso que aconteceu. Perdeu sua grande chance ao contracenar com Jane Fonda em Ela é Poderosa (a ponto dela criticá-la publicamente), perdeu a proteção da Disney e sem mesmo se dar conta, acabou virando a nova Paris Hilton (que é ponto mais baixo da escala de celebridade).

Aquela ruivinha talentosa virou uma party girl, que se envolveu com uma DJ, assumiu um caso homossexual e virou assunto para tabloides. Mas não dá para badalar a noite toda e depois acordar às seis da manhã para fazer filme, ninguém aguenta, e os filmes foram ficando cada vez pior.

Agora, quando sair da prisão, ela tem previsto um filme de terror que promete ser horrível, Machette de Robert Rodriguez , que sai em setembro (que é fim de linha e última chance) e depois deverá fazer Inferno, A Vida de Linda Lovelace (que é aquela garota que ficou famosa por Garganta Profunda, ou seja, a mestre do sexo oral, que depois renegou tudo ao se converter cristão de novo!

Não é exatamente o filme que vai interessar a sua antiga base de fãs, meninas adolescentes, nem promete reconstruir qualquer carreira (falam também num possível papel em outro filme com o cantor country, The Dry Gulch Kid, que ela ainda não assinou). Nenhum deles vai lhe dar um Oscar.

Nem se pode esperar muito de uma linha de moda, com seu nome, que estaria para ser lançada agora nas lojas, mês que vem. Pergunto: quem vai querer se vestir como uma garota que está na penitenciária? Sua carreira já está arruinada graças a ela própria. Mesmo antes de cair nas garras do sistema judiciário. Ao contrário do Brasil, por lá, isso é levado muito a sério, dirigir embriagado.

Aqui, depois do furor dos primeiros meses da lei, ela já foi esquecida e caiu de moda, como tudo por estas bandas. Ao contrário do que mostram os filmes americanos, dirigir na América é coisa séria e dura. Quem fizer errado paga e caro mesmo que famoso, ou principalmente se for famoso, como aconteceu há pouco com Robert Downey Jr (que parece ter tomado jeito e deu a volta por cima), Kiefer Sutherland e até mesmo Paris Hilton.

Na verdade, a cada semana tem um novo a cair na armadilha do DUI (Driving Under the Influence). Uma coisa que eu não consigo entender: por que os astros insistem em dirigir eles mesmos os carros. Será que já ouviram falar em motoristas, que poderiam ser também guarda-costas? Ou parentes pobres que adorariam essa chance? Ou mesmo táxi? Ou designated driver (o cara da turma que é escolhida para não beber e assim conduzir o carro na volta)?

No entanto, eles brincam com a lei. Fico um pouco chocado de ver que Lindsay tenha sido obrigada a usar um bracelete que indicava o uso de álcool, mas que mesmo assim, desobedeceu as regras e as normais (faltou em aulas do rehab, reabilitação para deixar de beber) e assim por diante. Só podia acabar com o castigo dos 90 dias na cadeia e mais 90 em casa, resultante de dois casos diferentes de abuso de cocaína e álcool. Ela entra na cadeia agora dia 20 de julho e depois o rehab.

Não é preciso ser profeta para ser pessimista quanto ao futuro dessa moça, não tanto pelos excessos em si, mas porque esses excessos tiraram dela o que tinha de mais precioso, o talento, a fúria, a diferença. Nos últimos filmes ela virou apenas uma ruivinha sem graça, sem personalidade, uma “burn out”, uma vela que deu chama e se gastou.

Isso é o mais trágico. Uma estrela que mal brilhou e já se apagou.

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